E, como a vida tem dessas coisas, há alguns dias o nosso queridíssimo amigo e ator Seth Nascimento saiu dos palcos terráqueos e foi brilhar em esferas celestes.
O que dizer do Seth? Que era uma das pessoas mais lindas que eu tive o prazer de conhecer, trabalhar e ser amiga. Não conheço uma pessoa que não diga que o Seth era de um tipo único. Tudo no Seth era peculiar: a voz, o jeito de andar, a careca, um coração do tamanho do mundo, sua habilidade de "Profº Pardal" de criar engenhosas perfeitas (ele criou uma miniatura de nave espacial com sucata e lâmpada de LED que é o sonho de toda criança!)... Isso sem falar de sua ânsia de viver cada minuto desta vida terráquea.
Quando escrevi o roteiro de Ilusionismo, foi impossível não pensar no Seth como pai do protagonista, como o ícone de um observador com os pés na realidade, tentando estimular o filho a sair "de seu mundo" e viver de fato. Ele era assim, ele pensava assim. O Seth não perdeu uma oportunidade de dizer que nos amava, de ir até nós quando mais precisávamos, de estender a mão ao próximo. Também não perdeu uma oportunidade de expressas suas ideias, de nos questionar (às vezes, insistentemente! =) quando não entendia ou não concordava com algo.
E ele foi um bom ator — nem sei quantas peças e curtas o Seth fez ao todo, mas estava sempre em alguma montagem, na Encenação de São Vicente, em curtas... E em 2011, além de ver o Ilusionismo ser premiado pelo Voto Popular do 9º Curta Santos, comemorou também os prêmios de Melhor Montagem e Melhor Ficção do 9º Curta Santos para o curta-metragem Iolanda & Xico, de Waltuir Alves — curta no qual o Seth foi interpretou o protagonista.
Enfim... Não deixou a vida passar por si e levou dela cada instante de aprendizado que pôde!
É isso aí, Seth! Não acredito que você nos tenha deixado — apenas que foi para um lugar muito melhor, onde poderá ver de camarote os amigos neste palco em que você tão bem brilhou. Beijos mil, a gente se encontra um dia desses ;)
